quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Joey gosta mesmo é de dar um jeito em aleijados mentais.

Nunca fui ciumento. Hoje, por algum motivo - que eu não pretendo entrar em detalhes, quase morri de ciúmes, raiva e frustração. Enquanto pensava sobre isso, olhei para o lado e vi Joey sentado olhando para a minha cara com uma expressão muito curiosa. Parecia um misto de vontade de rir e pena. Perguntei do que se tratava e ele disse que eu era um idiota. Rebati dizendo que, se eu fosse um idiota, pela lógica, ele também seria um idiota. Ele suspirou e desatou a falar.

Joey introduziu-me dizendo que o ciúme não deve ser confundido com a inveja. Na opinião de Joey, o ciúme é um sentimento em que você, mesmo enxergando a situação, não consegue mudá-la, enquanto a inveja é um sentimento em que você só depende de você pra conseguir o que quer. Quando eu lhe pedi por maiores explicações, Joey, antes de expô-las, fez questão de lembrar que ambos são sentimentos ancestrais e que, por essas e outras, dizem muito sobre as pessoas. Eis os exemplos:

1º - O homem das cavernas (X) sente ciúmes da sua fêmea (Y) porque um outro homem das cavernas muito mais forte e peludo (XXX) do que ele apareceu na SUA caverna com metade de um bisão nas costas.

2º - O homem das cavernas (X) vê outro homem das cavernas (XXX) entrar dentro da SUA caverna com um tacape encravado de feixes de pedra, de modo a formar uma maça estrela. Depois de alguns segundos de análise, o homem das cavernas (X) percebe que o tacape do outro é mais eficiente do que o seu quando o quesito é matar, então começa a trabalhar em um novo tacape para que o seu seja tão ou mais eficiente do que o do outro.

Joey resumiu que ciúme é coisa de molóides e que a inveja é um dos principais fatores que impulsionaram a evolução humana.

Intrigado, rebati aos comentários de Joey dizendo que eles não se aplicam ao meu caso, uma vez que em ambos os casos expostos os protagonistas tinham consciência do que sentiam e, de certa forma, ambos tinham algum controle da situação.

O filho da puta riu na minha cara, me chamou de hipócrita e egoísta e, como se não bastasse, desapareceu.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

May the tip stay with you.

Às 2 horas da tarde, em um dia típico de Belo Horizonte, você pode olhar para o céu e perceber que este está muito limpo, azulzinho e sem nuvens. Há quem diga que o motivo disso é que o Sol está brilhando com uma força incrível. Mas também há quem diga que não basta brilhar forte para que todos notem sua real beleza.

Às 5 horas da tarde, em um entardecer típico de alguma fazenda, rancho, casa de campo ou o que quer que seja que dê pra ver uma vasta porção do céu, nota-se que o Sol não brilha mais com a força de antes. Entretanto, é claro que ele dá a impressão de passar o seu alaranjado para todo o céu que o rodeia.

As pessoas sabem que o Sol é sempre mais bonito antes do seu fim, assim como eu prefiro acreditar que o negror da noite é sempre mais escuro antes da alvorada. Fica a dica pra quem tem que ficar.


Vovô Sérgio foi um grande homem e eu só percebi isso quando ele me deixou. Seu alaranjado ficou em mim.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O segundo esclarecimento para o Escuro.

Devido aos hiatos entre posts que parecem ter-se afixado nesse pequeno grande blog, vi-me na obrigação de justificá-los aos leitores que, por algum acaso do destino, costumam me visitar aqui.

Desculpem-me. Eu não deixei de escrever tanto tempo por falta de tempo. Não vou usar desculpa de faculdade ou então de que eu tenho me dedicado com afinco à outra modalidade. Eu não escrevi porque não sabia como escrever o que eu realmente gostaria de escrever. Acho que se eu me esforçasse, sairiam coisas, mas eu sinto medo do quão devasso é este blog. Não sei porque criei isso daqui. Motivos serão explicados superficialmente abaixo pois pretendo criar um post só pra falar sobre medo.

Enfim, com base no que eu tenho visto navegando aleatoriamente pela internet, manter um blog é fácil. Muito fácil. A grande maioria dos blogs que eu vejo por aí sou são compostos por notícias referentes à um assunto ou contam a vida de terceiros ou então não passam de uma encheção de linguiça sem limites.

No meu caso, é consideravelmente mais difícil manter isto daqui atualizado por três motivos:

1º - Aqui eu tento esclarecer fatos da minha vida para quem quiser ler. Sentimentos, emoções, medos, etc etc etc. Embora à primeira vista este fator pareça aumentar a gama de assunto em relação à blogs que tratam de notícias específicas à um assunto, ao mesmo tempo, torna-se menos abrangente devido ao fato que será descrevido no item nº 2.

2º - Eu acho difícil escrever o que sinto. Acho mesmo e eu acho que é normal. No momento em que eu penso, sinto ou ajo de uma determinada maneira, parece que eu sei exatamente o que escrever, contudo, quando eu chego em casa, vejo-me incapaz de transmitir para os outros exatamente o que gostaria de uma forma ótima. Tentar segurar as palavras corretas para definir cada coisa digna de ser contada desde o momento em que elas são sentidas até o momento de digitá-las é igual tentar segurar água com as mãos. Pelo menos no meu caso. Eu poderia até sentar-me na frente do computador e tentar escrever algo que visse à cabeça, mas eu acho que, assim, eu estaria, de certa forma, traindo a confiança meus leitores, pois eles não teriam uma visão rica o suficiente pra ser satisfatória. E eu não me contento com lixo. Eu só divulgo o que eu acho uma boa idéia no momento.

3º - Mesmo que eu saiba o que quero escrever sobre mim e mesmo que eu saiba como escrever sobre determinado assunto relacionado à mim, para que um texto chegue a ser escrito este esbarra em uma terceira muralha, a maior de todas: o fato de eu achar que, a partir do momento que exteriorizamos um sentimento ou qualquer coisa que seja, este sentimento ou qualquer coisa que seja deixa de ser totalmente nosso. Vale lembrar que eu sou um porco egoísta nessas coisas. Na minha opinião, a partir do momento em que passamos pra outras pessoas o que se passa dentro das nossas cabeças, é como se estivéssemos dando - por livre e espontânea vontade - para elas um pouco da nossa alma e assim nós nos tornamos um pouco mais vulneráveis à elas. Nós passamos à elas um pouco da experiência que NÓS conseguimos, e, com isso, nós isentamos a pessoa em questão de passar pelo mesmo que nós passamos. Sem contar, claro, que uma pessoa aprende muito melhor quando tá na merda do que quando tem um alguém dizendo "vai acontecer isso, isso e isso porque eu passei por isso, isso e isso". Não gosto de encarar demais pessoas que eu disse coisas que não deveriam ser ditas. Enfim, não importa se a pessoa é de confiança, se é seu irmão, mãe, primo, namorada ou a sua cunhada (que sempre quis abrir as pernas pra você e, pra alcançar esse objetivo, ela é a pessoa mais legal do mundo contigo), independentemente da pessoa, por mais próxima que ela seja, eu não gosto de sentir que ela possa me penetrar de forma a poder magoar o meu orgulho. Eu guardo meus segredos para mim mesmo. Tem gente aí que acha que sabe demais de mim só porque eu contei um caso ou outro enquanto eu ainda guardo dentro de mim coisas que provavelmente não sairão do meu túmulo. E não vou me sentir nem um pouco mal por isso.

Quando nascem as pessoas tem potencial absoluto para serem boas e más, entretanto, a medida que elas crescem, parece que elas já percebem que é muito mais divertido e interessante você ser mau. Por esse e outros motivos, eu não queria confiar no melhor das pessoas. É o meu pior defeito, sem sombra de dúvida. O fato de eu procurar não dividir minhas reais experiências com os outros é a única coisa que eu vejo que eu possa fazer pra contrabalancear esse defeito.

Como eu poderia ser uma má pessoa se eu ainda acredito num mundo em que as pessoas possam ser razoavelmente legais com as outras, pra variar?

Só pra constar no seu caderninho, na opinião deste humilde narrador, o orgulho, quando usado com sabedoria, é uma das 5 coisas mais importantes que uma pessoa deve manter intacto.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

lol

Tava conversando no msn com a digníssima Flavinha, enquanto rolou o seguinte papo:


' Flavinha diz:
oou ! c nao tem nenhum livro pra me indicar nao ? ahuahua eu to loca pra comecar a leer um mas eu nao sei de nenhum bom

paul diz:
ou entãao leia crepúsculo, se você tiver a ilusão de que vai aparecer um vampiro que brilha que diz que vai te amar forever and ever, claro.

' Flavinha diz:
mas falaram qe eh legal

paul diz:
aposto a minha bunda que TODO mundo que te falou que crepúsculo é legal possui genitálias femininas.

paul diz:
mew, a mulher que escreveu aquela parada tava sofrendo de abstinência sexual.

paul diz:
Aí, uma bela noite, ela tomou lsd e deitou na cama com seu vibrador, cujo nome é Ed. Aí ela começou a ter a viagem de que um vampiro que brilha tava lá, e tava usando o vibrador nela. Ela não podia chamar o doidão de Ed, porque Ed é banal e ela tava fazendo aquilo porque está apaixonada e não porque não transa há 6 meses, por isso resolveu chamá-lo de Edward.

paul diz:
Só que aí uma reviravolta aconteceu! :O

paul diz:
O vibrador tava falhando. E, pra compensar, ela começou a se lembrar de todas as frasezinhas clichês pseudo românticas que ela já viu nas comédias românticas com Hugh Grant e com a Sandra Bullock e imaginou o vampirão que brilha falando todas elas com aquele olhar 43 dele.

paul diz:
Aí ela escreveu um livro relatando suas experiências (óbviamente, ela trocou a sua pessoa por uma pooobre garota de uns 17 anos, afinal, quando ela tinha 17 ela ainda tinha alguma coisa pra cima, e o momento precisava ser mágico) e vendeu milhões de cópias.

' Flavinha diz:
pobre mulher...





o.o

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sinceramente?

Se eu pudesse escolher, eu seria uma nuvem.

domingo, 26 de julho de 2009

Eu acredito em Joey

Ontem, Joey disse pra alguém que a noite é sempre mais escura antes do amanhecer.

Ele sabe que isso é mentira. Mas... se é mentira, porque dizer disso?A resposta é simples: a beleza de uma citação não esta apenas nas palavras e os seus significados intrínsicos. Pra ser sincero, o grande ás é o efeito que causa nas pessoas que as ouvem. Se existem duas coisas que tocam as pessoas, definitivamente uma delas é quando alguém ou alguma coisa dá à elas uma luz, um facho de esperança. Quando, no auge da lamúria e do desespero, você solta uma frase como essa, é incrível o efeito que as pessoas sentem. Esperança por dias melhores. Bravura instantânea. Eu, pelo menos, me sinto mais vivo.

E eu gosto de tentar fazer com que quem estiver do meu lado (independente de quem seja, mesmo que eu tenha conhecido no mesmo dia e nunca mais vou ver novamente) se sinta melhor. Parece patético, mas eu me sinto incrivelmente feliz quando eu vejo que eu consegui fazer alguém sorrir. =)

Incrível, não? Com a escolha certa de palavras e um mínimo de empatia para detectar-se emoções superficiais, você pode manipular qualquer pessoa nesse mundo. Pessoalmente, não gosto muito de aplicar esse tipo de coisa, pois... sim, não há outra escolha de palavras: é como se eu penetrasse demais nas pessoas. É como se eu invadisse uma área que, antes protegida, baixou a guarda conforme o tempo fluiu com conversas e sorrisos. A pessoa atingida perde, com a manipulação inescrupulosa, parte da sua responsabilidade pelos seus atos, passa a ser o ator de uma peça que não escreveu. Não, não, não gosto.

E, na opinião deste humilde narrador, a anulação total da individualidade de cada um é a segunda coisa mais asquerosa que uma pessoa pode fazer com a outra usando palavras.

sábado, 30 de maio de 2009

The Great Escape.

Alguns dias atrás eu acordei e, não me pergunte como, tive certeza de que eu iria morrer naquele dia. Algo me dizia que era aquele dia. Algo sobrenatural me dizia que aquele era o dia. Minha alma me dizia que aquele era o dia da grande escapada. De início, eu não soube o que sentir. Sentei-me na cama e tentei absorver toda a grandiosidade da coisa. Não consegui. Lembrei-me de um trecho da série Harry Potter que Dumbledore dizia ao protagonista algo parecido com o fato de, para a mente bem estruturada, a morte ser a grande aventura seguinte. Ainda não sabia o que sentir. Apenas estava pregado na cama, olhando para o teto e com o pensamento no vazio. Não havia o que se pensar. Então, como eu não sabia o que fazer, eu fiz o que todas as pessoas do mundo fazem quando não sabem o que devem fazer: entreguei-me ao tempo.

E o tempo agiu espantosamente rápido. De algum modo, eu soube o que fazer. Coloquei meu edredon para o lado, sentei-me e coloquei meus pés no chão frio. O chão estava frio, e eu pude sentí-lo. Era duro e firme. Percebi que meus dedos se deslocaram para a borda do colchão e agarraram os lençóis. Senti os lençóis entre meus dedos, tentei mexê-los e eles se mexeram ao meu toque! Por algum motivo, fiquei maravilhado! Senti meu corpo subir e descer com os movimentos da respiração. Quase podia escutar meu próprio coração batendo no peito. Estava completamente alheio aos barulhos externos, tudo o que importava ali era o meu pé nu no chão, minhas mãos apertando os lençóis e a minha respiração.

Levantei-me e percebi meu equilíbrio. Fechei os olhos, inspirei, abri os olhos, e expirei. Caminhei até o espelho, aonde eu podia ver meu corpo inteiro. Toquei-me e senti a minha pele, músculos, ossos, cabelos e não conseguia parar de olhar pra mim. Aí então eu saí do meu transe e lembrei do fato que me levou à tal estado. Não conseguia me conformar. Eu tinho 19 anos e não fiz quase nada do que eu realmente gostaria! Já falei pra 2 pessoas que eu as amava mas eu estava lamentavelmente equivocado, nunca me apaixonei por ninguém. Não aprendi a tocar nenhum instrumento musical. Nunca salvei ninguém. Ninguém dependia de mim. Não escrevi um livro. Nunca viajei com amigos. Em meio a mais uma série de coisas, todos os fatos anteriormente citados passaram com uma velocidade absurda pelo espelho, bem grandes, ali, na minha frente. Novamente não soube o que fazer.

Mas o tempo trouxe a frustração a tona, e, dividido entre a raiva e o arrependimento, olhei pela janela. Vi pessoas caminhando. Algumas felizes. A maioria de mau humor, por ser tão cedo. Olhei pro céu. Aí eu me perguntei o porquê do mal humor. O alvorecer era lindo, um espetáculo maravilhoso e gratuito, que qualquer um pode ver. Impossível não abrir um sorriso de espanto e admiração. Estava ali suplicando para ser cortejado e ninguém o via! Por quê? Depois de alguns minutos olhando a bola de fogo sair do horizonte, fui ao banheiro e lavei meu rosto. Senti o jorro d'água da torneira e como ela era refrescante na minha pele. Escovei os dentes com aquela parafernália dental e senti a boca leve. Fiquei me perguntando se sempre foi assim, tão fácil ser leve. Olhei pro espelho, e a resposta em forma de cachorro veio e disse: não.
Eu poderia ficar aqui o resto da madrugada citando cada coisa que eu notei de verdade naquela manhã, mas acho que vocês já pegaram um pouco da idéia principal. E eu coloquei dois fatos importantes demais na minha vida em dois trechos dos parágrafos acima, não posso colocar mais.

O sol e o céu são lindos. Um sorriso, um abraço, uma torrada com geléia. Um olá. Era tudo tão gratificante, não pode deixar de me sentir feliz por, pela primeira vez na vida, notar a beleza dessas coisas triviais. Acho que Wilde disse algo parecido com relação aos prazeres triviais. Será que Wilde também precisou da sensação abstrata da morte para chegar à essa conclusão? Talvez. A questão é que ele estava certo. A valorização do belo e do sofisticamento simples são as chaves da felicidade. Como raios eu não pode notar isso antes?!
Evolution. Evolution. Evolution.

domingo, 24 de maio de 2009

A verdade.

A verdade não passa de um camaleão: ela muda dependendo da forma que você a vê. É a mesma coisa que você comparar um limão com uma melancia! Se você olhar a melancia de muito (muito mesmo) longe, pode pensar que é um limão, mas se você levantar esse traseiro estriado e gordo dessa sua poltrona e chegar mais perto, vai ver que não. Vai perceber que, além da melancia ser maior, ela possui listras em diferentes tons de verde, verá que é mais pesada, possui casca mais resistente e, se você ainda se dispor a cortá-la, perceberá que decididamente é mais gostosa, principalmente a parte do meio. A questão não é quem é o que, e sim quem raios resolveu falar que a melancia é uma melancia e que o limão é um limão sendo que as duas se parecem, de certa forma. Mas na minha opinião, o que realmente interessa é que as sementes da melancia são um saco, sua casca é dura e ela é pesada.

Neste sábado eu fui no café com letras com uns camaradas e a srta. A___ disse que a verdade é imposta por um grupo seleto da sociedade, discorreu também sobre conformismo com as coisas impostas e disse que tudo é um absurdo. Concordo, desde que o absurdo referido seja algo que tange o fato de você não saber distinguir uma melancia de um limão.

As pessoas tem preguiça de pensar; fato. Elas só vão perceber que uma melancia é uma melancia após se levantarem da poltrona da preguiça e verem bem o que estiveram olhando a vida toda. Elas só vão perceber que a melancia tem formato, textura, cor e sabor diferente do limão ao chegar perto e analisá-la. Apesar de ser mais cômodo você ficar na poltrona, eu realmente acho que vale a pena chegar e cortar uma melancia pra perceber como ela realmente é, afinal, ela é uma coisa boa. Mas também tem gente que acha mais cômodo deixar a melancia paradinha ali e ficar na eterna dúvida sobre qual das duas frutas localizadas à frente é a melancia e qual é o limão.

Suponhamos que existam duas pessoas sentadas em suas respectivas poltronas e que estas, por algum motivo qualquer, estão a observar nossas lindas frutas. No fundo, eles querem vê-las, querem sentí-las, mas por algum motivo qualquer, não querem se levantar da poltrona. Pelo mesmo motivo, jamais passou pela cabeça deles levantarem-se da poltrona. Os dois olham e tiram suas conclusões - quaisquer que sejam -, no final, cada um diz o que pensa, e, surpreendentemente, eles concordam entre si. Encantados com a conclusão, com a verdade instalada e com a aparente sincronia entre dois homens, um limão e uma melancia, ficou decidido que o limão estava do lado X e a melancia do lado Y. Aí aparece uma terceira pessoa, uma mulher. Essa mulher fala que ali não há limão ou melancia, e sim, macãs verdes! "-Meu Zeus! Que calúnia!" exclamam os dois em uníssono. Depois de breve discussão, os dois indivíduos anteriores chegam a conclusão de que ela está errada, pois está claro que ali há um limão do lado X e uma melancia do lado Y. Ela diz que os dois estão errados em julgá-la, afinal, os três estão parados olhando as frutas da mesma distância, então, o que cada uma é varia conforme a imaginação de cada um, e, se pra ela é uma maçã verde, então eles não tem nada a ver com isso. Os dois retrucam dizendo que são dois contra um, que eles estão ali a mais tempo e ainda a ameaçam dizendo que se ela não parar de questionar a brilhante conclusão dos dois, será obrigada a mexer sua poltrona alguns centímetros para mais longe. Nossa humilde mulher não quer ficar sozinha e diferente, então, ela acaba por retroceder, e, por 'algum' outro motivo, alguns anos depois, defende ferozmente a teoria do limão e da melancia. O mesmo aconteceu com o resto das pessoas que, por algum motivo, apareceram por lá.




Nosso pequeno narrador acha que a atitude dos dois primeiros homens está parcialmente correta, pois o desejo de descobrir as frutas era menor que o desejo de permanecer na cadeira. Admirou o fato de eles defenderem a sua opinião contra quem apareceu, e ficou impressionado como a defesa da idéia foi eficaz. Entretanto, o narrador discorda da atitude da mulher em determinados termos. Obviamente, ela estava correta em observar as frutas, pensar em algo e tentar dizê-lo, mas discorda do modo tolo e ineficaz com que o procedimento foi feito. O narrador também acha que melancias são melhores que maçãs verdes e limões, mas ele gostaria que uma das frutas fosse um limão, afinal, ele adora torta de limões.

Mas isso daí é apenas a opinião do nosso humilde narrador.

sábado, 9 de maio de 2009

Quem quer sonhar para sempre?

Diga-me se você gosta de sonhar. Gosta? Interessante. Agora diga-me se você gostaria de sonhar para sempre. Se você responder que sim, então eu julgo você como leviano, entretanto, se dizes que não, então podemos continuar. Você gosta de sonhar, mas não quer sonhar para sempre, por quê? Ah, sim, você acha que ainda tem experiências para viver e quer ter histórias pra contar para os seus netinhos enquanto você estiver bêbado. Compreensível. Última pergunta: quando você sonha, você faz parte de uma história, então, como você fez parte de uma história, porque não guardá-la, considerá-la experiência e contá-la algum dia pros seus netinhos?

Por favor, diga-me que sua resposta é que sonhos não são reais. Diga-me que você anseia pela vida em si e que jamais deixará com que a fantasia tome conta do seu eu. Diga-me que você não vive uma vida de mentiras, as quais não passam uma teia traçada dia após dia pela sua imaginação, que fazem com que você se esconda de tudo o que é ruim e impuro da vida real e te mergulham num mar de felicidade clandestina. Diga-me também que você, por mais que goste de sonhar, não quer nem pensar na possibilidade de viver em função dos seus sonhos.

Evolution. Evolution. Evolution.

Não, eu não deixarei com que a minha fé se vá. Preciso sonhar. Independente do sonho, preciso sonhar. Não quero ter mais angústias nessa epopéia (por enquanto) infeliz que é minha existência. Preciso de um porto seguro. Não quero que ele faça com que os meus sonhos se tornem realidade. Só quero que ele me faça sonhar.


Um porto seguro é o que peço. É muito, eu sei, mas eu daria qualquer coisa por um.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O esclarecimento para o escuro.

Se alguém estiver lendo o primeiro post que eu fiz neste lugar, provavelmente não deve estar se perguntando o porquê disso tudo, afinal, daqui a 15 segundos, este alguém vai mudar de página, afinal, tem que ser muito excêntrico pra gostar do que eu escrevo. Mas mesmo assim, eu vou dizer.

Hoje mais cedo, enquanto tagarelava alegremente com uma amiga (beijo Clá!) via msn, citei uma coisa muito interessante, que na hora não tinha percebido a sua importância: "Ás vezes, por mais durão que alguém insista em ser, este alguém, vez ou outra, precisa colocar pra fora alguns dos seus sentimentos, dividí-los com alguém." Isso daí que eu disse é um clichê barato, mas, por algum motivo, faz muito sentido, afinal eu não conheço ninguém que seja capaz de suportar a si mesmo. Por mais bem resolvido que você seja, não importa; sempre vai ter aquela coisinha que te incomoda, e que você não quer vá a tona. Entretanto, sem eu saber porque ou como, senti que algumas dessas coisas deveriam ser expostas, afinal, vai que outras pessoas também pensam da mesma forma, mas tem vergonha de admitir tal fato?

Convenhamos, isso tudo daqui é uma palhaçada, afinal, aonde já se viu sair por aí falando do que pensa, sente e quer pra uma série de pessoas que eu nem ao menos vejo?
É. Talvez a resposta seja exatamente essa. Eu não os vejo. Assim eu fica isento da humilhação de ver os rostos de quem está lendo as declarações que serão expostas um dia, mas, pelo menos disse o que quis. Dividi um pedaço da sua alma através das linhas escritas, deixarei claro minha posição sobre diversos assuntos pra quem ler atráves das entrelinhas, com total imparcialidade, afinal, porque mentir pra quem eu não conheço?

ps.: posts incoming...